O gosto estranho da liberdade
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gosto estranho que te toca e te faz se lembrar da liberdade | foto: oticacotidiana |
Sabe quando uma pessoa ou algo te liberta?
Sabe quando a liberdade enfim chega?
Só que ela nem sempre vem do jeito que a gente espera.
Às vezes, a liberdade aparece por caminhos que a gente nunca imaginou possíveis.
Ela não chega sempre por um “sim”. Às vezes, ela vem de um “não”.
E nem é um “não” que você diz, é o “não” que você escuta.
Ela pode vir de uma situação, de uma pessoa, de uma finalização de ciclo.
Quando a liberdade bate na nossa porta, a gente estranha.
Porque o sabor dela... não é o que a gente idealizou.
A gente espera um gosto doce, um “ufa!”, um “enfim livre!”,
asas prontas pra voar, coração preparado pro novo.
Mas não.
A liberdade, no começo, tem um gosto amargo.
E não é porque ela é amarga.
É porque, para ela chegar, algo precisou se desfazer.
Digamos que você viveu um relacionamento ou um trabalho.
E ele terminou.
E então, você sente aquele primeiro gosto da liberdade.
Mas o gosto é estranho.
Parece dor misturada com alívio.
Afinal, algo acabou, a conexão foi embora...
e só te resta o incerto, e sabe quem vem abraçado com ele?
O desconhecido.
E você se pergunta: “E agora?”
No meio do vazio, a liberdade está ali.
Chegando de mala e tudo.
Ela colocou os pés na porta do seu coração,
tocou a campainha…
e está entrando.
Você olha pelo olho mágico da alma
e sente um estranhamento.
“O que vai acontecer agora?”
“O que eu posso fazer com isso?”
Mas quando a liberdade entra de verdade,
quando você se liberta e se cura,
você percebe:
Ela é magnífica.
Ela é extraordinária.
Ela é essencial.
Porque é com ela que você segue em frente.
É com ela que você se melhora.
É com ela que você se torna quem você precisa ser.
É com ela que você se torna quem você precisa ser.
Hoje eu fiquei pensando nisso, sentindo o fim dos ciclos...
A gente tenta matar a liberdade antes mesmo de senti-la.
A gente fica naquela pressa, naquele afã de resolver tudo,
de fazer as coisas acontecerem e passarem.
Enquanto isso, a liberdade está ali.
Batendo.
Insistentemente.
Dizendo:
“Deixa eu entrar.
Vai doer um pouquinho.
Vai ser estranho.
Vai ser bagunçado.
Talvez você nem se reconheça quando se olhar no espelho depois que eu passar.
Mas deixa eu entrar.
Vai ser bom.
Vai ser ótimo.
Vai ser extraordinário.”
E às vezes, por cansaço, por medo, por tanto esperar,
a gente hesita.
Mas a vida, ou alguém, dá um tapa na nossa cara.
E a gente se reconfigura.
Aí você pensa:
“É... não tem jeito.
Eu vou ter que deixar ela entrar.
Porque sem ela, eu não sigo.
Sem ela, eu não sou eu.
Sem ela, eu não atravesso.”
E há tanta beleza nisso.
Mas claro, no momento, é difícil perceber.
É difícil sentir.
Mas sua versão futura — ah, ela é tão grata!
Ela olha pra você com sabedoria e diz:
“Vai. Deixa entrar, confia!”
Porque quando você se liberta do que precisava se libertar,
os caminhos se abrem.
As coisas acontecem.
E você, enfim… vive.
Vive o novo.
Vive o que parecia impossível.
A liberdade é dessas.
Ela te leva pra lugares…
Inesquecíveis, inexplicáveis, inimagináveis pra sua versão anterior.
Mas pra isso, ela precisa te bagunçar.
Ela precisa mexer em você.
Precisa te transformar.
E, ao contrário do que dizem por aí,
liberdade não é irresponsabilidade.
Liberdade é seguir seu coração.
É buscar a sua melhor versão.
É encontrar o sentido mais profundo da sua vida.
É lindo, sabe?
É lindo se encantar com a liberdade.
Se encantar com você mesmo.
Se curar daquilo que te fazia mal.
Você se libertou.
E até daquelas coisas que pareciam boas,
e que você dizia: “Não, ainda não… não posso abrir mão disso agora…”
Até delas. Olha como isso é incrível.
Quando você se liberta, percebe:
“Poxa… era pra ter feito isso antes.”
A liberdade, na sua completude,
é muito maior, muito mais extraordinária,
muito mais surpreendente do que a gente imagina.
A questão é:
Você tá pronto para ela?
Ou melhor...
Você quer estar pronto pra ela?
Talvez tudo comece com um pequeno gesto.
Deixa a porta só um pouquinho aberta.
Só um tantinho.
Ela vai entrar.
Ela vai te transformar.
Vai bagunçar tudo que precisa ser bagunçado.
Mas, olha...
A liberdade vai te fazer tão, mas tão bem.
Confia.
∞∞∞