Uma versão apaixonada...

| foto: oticacotidiana com copilot

Um dia me perguntei onde será que estaria a minha versão apaixonada. A versão que me faz escrever sobre meus sentimentos, sobre a beleza da vida e do amor.

Paro e olho para o horizonte. Meus olhos espelham as nuvens e os pássaros que dançam num próprio ritmo. Meus pés sentem a água do mar e o planeta respirar e inspirar, mas onde estou no meio disso tudo? Onde está a minha versão apaixonada?

Às vezes me pergunto se essa versão realmente existiu ou se foi um surto provocado pelo tédio. O que eu seria capaz de idealizar apaixonado? O que eu seria capaz de entregar e criar? Quantas milhas e pés seria capaz de alcançar para viver o que tanto acredito?

E se eu tivesse apenas uma escolha e não tivesse sido capaz de acertar? Onde está a minha versão apaixonada e por que algo em mim faz pensar que ela é a melhor de todas as versões?

E se ela estiver por aí, vagando sozinha esperando um abrigo? Esperando um colo ou um corpo para chamar de seu. Se ela estiver esperando apenas um empurrão, um fato para que ela seja despertada? Uma ida à cafeteria e um esbarro qualquer traria ela de volta? O seu retorno de surpresa e o seu abraço seriam capazes de trazer de volta a minha versão apaixonada?

E se essa versão não for compatível com essas seleções que fiz durante essa vida? Ou com a minha bagunça tentando me encontrar e ser feliz? E se essa versão realmente nunca tiver existido?

O horizonte muda de tons, os sons se aquietam e tudo que posso sentir é a minha própria luz iluminar minha escuridão. A única voz que escuto é a minha. Estou aqui comigo mesmo tentando entender o que aconteceu.

Teria alguém capaz de tirar de mim essa sensação? Teria alguém, além de mim, capaz de tirar do oculto a minha melhor versão? A versão apaixonada, a que é capaz de encarar a vida com tudo que ela tem?

Um dia eu me perguntei onde estaria a minha melhor versão. Um dia me perguntei onde está a minha versão apaixonada e o que ela poderá ser capaz de me transformar.


EM ALTA...