Dia nº 156

| foto: oticacotidiana feito com IA

Às vezes me pego lembrando de você saindo daquela porta, de pé, com o olhar curioso e atencioso, esperando eu chegar. Revivo o que senti naquele abraço forte e no seu cumprimento de boas-vindas, o sorriso caloroso e o seu cheiro. Ou então, o seu jeito inusitado de pedir um beijo, com aquele olhar intenso, cheio de desejo e de pura conexão.

Me pego pensando em quando essa porta voltará a se abrir, e se dela sairá alguém capaz de me tocar por inteiro, alguém que, assim como você, me faça esquecer o passar do tempo e me faça querer que o tempo juntos nunca acabe. Penso nas nossas mãos se tocando enquanto seguíamos pela estrada. Lembro de você, sempre astuto, roubando um beijo na primeira oportunidade que teve.

Combustão.

Lembro de cada detalhe daquelas horas, hoje uma lembrança distante de um dia leve e agradável. Das histórias que a vida nos permite protagonizar, algumas nos marcam com carinho e afeto duradouro. Na nossa, uma parte de mim acredita nesse afeto, enquanto outra se incomoda com o fim abrupto, sem explicação.

O que será que aconteceu naquele instante, depois que você fechou a porta e acenou para mim se despedindo? O que terá se fechado em seu coração para que você mudasse tão profundamente, da noite para o dia?

| foto: oticacotidiana feito com IA

A vida nos prega algumas peças, e uma das mais agridoces é a que habita o terreno das suposições. As escolhas que fazemos abrem e fecham portas o tempo todo, mas será que sabemos lidar com o vazio que deixam aquelas portas que jamais se abriram? Daquele dia, daquela sua imagem parada na porta, me restou um grande ‘E se…?’ E se tivéssemos sido diferentes? Se tivéssemos nutrido aquela semente de afeto, de completude, de conexão?

Hoje é o dia 156, e me pergunto: O que será que se passa com você? E se…?

Não pare agora... Veja os textos mais lidos!

EM ALTA...