Como a primeira vez
Percebi que algo não era tão verdadeiro quando senti a ansiedade colossal para ter um reencontro e fui confrontado com você alheio a essa minha vontade. Não era mútuo. Eu estava disposto a cruzar o país, se assim fosse preciso, só para te ter outra vez nos meus braços e me encaixar no seu abraço.
Percebi que algo poderia não ser verdadeiro ao sentir que precisei demonstrar que tenho valor. Sozinho você não conseguia percebê-lo e me apreciar. No ímpeto de ser notado, tentei ficar mais próximo, me fiz presente só para te ter de alguma forma próximo de mim. Contudo, bastava só um olhar para dentro para assimilar que ninguém consegue enxergar nada que não conseguirá apreciar.
Revivi as nossas mensagens e vi o quanto eu estava envolvido, o quanto tentei fazer algo acontecer. Também senti você desaparecendo e fazendo de tudo para se afastar. A partir da ausência, frieza e desinteresse, vi você me pedindo para se tornar uma lembrança minha, porque você já não via sentido em conversar comigo. Você já não quer se envolver como antes, mas você se envolveu?
Em um ato de coragem, deixei você ir de uma vez. Parei de procurar, forçar, tentar. Tive medo do que poderia acontecer no primeiro momento. Tive medo do vazio que eu iria encarar. Mas se não há interesse seu, por que devo forçar uma conexão?
A gente fantasia muito quando encontra alguém com quem se sente conectado e confortável para ser como é. Contudo, a fantasia acaba quando você sente que precisa se esforçar para que o outro te veja e te dê o valor que julga e espera merecer.
Assim deixei você livre para sentir o que quiser, me libertei de qualquer esforço para você me amar. Se for para existirmos e nos reencontrarmos outra vez, tudo acontecerá de forma tão simples e surpreende como foi a primeira vez.
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