Quando um amor nos deixa
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Nesses processos de tentar te encontrar me perdi. Perdi um dos pedaços vitais: o pedaço que me motiva para acordar todos os dias. Parece exagero e realmente é. O fato de existir um pedaço tão vital e exposto, do tamanho que causa estrago, revela que algo já estava ausente. Revela que antes de tentar te encontrar, precisaria me curar, equilibrar.
Quando não se está equilibrado, qualquer faísca de amor pode levar um pedaço vital inteiro em segundos, enquanto sentimentos puros se queimam em desilusão. Quem há de lidar bem com a frustação do não vivido, do tempo perdido, do amor dado e não acolhido? Deixei você ir mesmo sabendo que talvez você nunca estivesse aqui comigo.
Estava sozinho, estivemos juntos de fato? Empurrei o nosso barco até conseguirmos velejar em alguma direção. Onde você estava que não empurrou ele comigo até o oceano? Teríamos futuro? Meus planos sempre foram reais, mas eles, por não terem sido concretizados, se tornaram letais. Machuca não viver uma experiência cuja origem é o coração.
Refém dos próprios sentimentos e vazios, agora encaro o tamanho de um amor não vivido e o que ele quis dizer para mim. Já basta, tem de haver um fim. Não se pode mais creditar maiores responsabilidades para o outro nesse processo que é se amar.
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