Imagens particulares



              Um filme colorido passa pela cabeça e não consegue entender bem o porquê dessas sensações. Aparenta o riso diante das imagens visíveis apenas para si. O olhar distante segue o curso de outras histórias. Tudo parece harmônico demais para ousar interferir. 
Se mesmo assim alguém ousasse intervir no equilíbrio, provocaria consequências. Estaria disposto a conviver com tal responsabilidade? Embora nada tenha sido racional e um dos lados pareça sempre carimbado pela injustiça, os efeitos são reais. É a máxima da ação e reação. No entanto, conseguiria conviver bem, quando o universo reagisse e mudasse tudo outra vez?
            Cores se avivam à medida que as imagens se tornam ainda mais particulares e (in)visíveis. O mundo consegue ver, no máximo, fragmentos materializados por essas sensações. Como culpar quem interfere na ruptura delas ou traz outros tons às imagens particulares? É espontâneo. 
Parece cada vez mais difícil libertar-se dos velhos hábitos, sobretudo quando eles provocam sensações boas, ainda que temporais. Por tudo ser temporal, parece harmônico demais para ousar intervir. 




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