O imaginário de Adam - Fase I






Na cabana em que vivia, diante de um dia avermelhado, volta e meia Adam olhava para o relógio e se perguntava o porquê da paralisia do tempo. Sentia-se desgastado. Volta e meia com seu ar rabugento se perguntara se tudo que vivia seria útil e quais seriam os motivos para os desgastes e reconhecimento das etapas. Mente funcional. Adam tinha a necessidade de descobrir tudo antes de viver. Sempre foi assim. Obviamente nem sempre conseguia. Por esta busca deixou de vivenciar épocas e viveu outras de maneira distinta das formas mais recorrentes. No entanto, naquele momento olhara para o relógio e a sua inquietude e a sede por respostas o deixara aéreo e sem fôlego. Cenas e flashes vinham em sua cabeça, mas nada se completara, ou melhor, nada fazia um sentido, se não o que ele desejava manipulando as conclusões.

Preso a um pensamento, preso a uma situação. Situação que conduzia para outras. Consequências. Adam era sábio, tão sábio que compreendia que para certos assuntos não há sabedoria no mundo que possa te ajudar. Levantou-se, e de frente para a porta refletiu observando a estrada de barro e dos galhos ralos presos na porta da cabana. Inquietude. Esta é a palavra certa para o que sentia. Ao mesmo tempo em que desejava fazer algo, uma moleza tomara conta do seu corpo, e o seu desejo era de ficar deitado, pensando naqueles momentos. Em silêncio consigo pensou: em meio aos risos você se apresentou. Sem qualquer cerimônia, me abraçou. Em meio a risos e olhares mais do que penetrantes, me beijou. Esta é a lembrança que tenho de você. Talvez por ser a única, tenha me perturbado tanto. Sedução.
Eis o motivo de sua inquietude, da moleza repentina e da sensação de que o tempo parou. Ele estava atraído, amando. Mas em vez de amar alguém, amava uma ideia, um sentimento, um pensamento. Ao mesmo tempo em que sentia vontade de sair por aí em busca desse amor, lutar até conquistar, sentia vontade de ficar deitado lembrando, porque tudo funcionava bem em sua mente. Não existe nada no mundo que dê tantas possibilidades de acertos ilusórios, se não a ilusão vivida como realidade. Fechando os olhos tudo funcionava de maneira harmônica e nada o impedia de ficar longe desse seu amor. Embora tudo funcione bem na imaginação, um vazio enorme ocupara o seu peito. Talvez este seja o motivo de sua inquietude. Este vazio e movimentos o deixaram abatido.
Tudo isso que o preocupava. Adam se perguntava se não tinha enlouquecido. Sentia que toda essa sua lembrança de um passado ou experiência, poderia ser apenas fruto da sua imaginação. A certeza do real fazia falta, aliás, o real é necessário. Ele precisa. Não há como viver tanto tempo imaginando. A ilusão faz bem, mas viver só dela não. Adam estava perdido e o que mais se perguntara era o que devia fazer. Imaginava que algo ou alguém daria a resposta.
Nada fazia, muito pensava. Adam tinha e tem muitas dúvidas. No entanto, para tais, existe quase nada ou muito pouco para as respostas. Adam estava apaixonado por algo que nem sequer sabe se existe, quiçá se é real. Ele é um mistério, assim como os seus pensamentos. Acho que Adam enlouqueceu em meio a esse amor singular. Voltou a sentar na cadeira de frente para janela da cabana e com os sentimentos reabastecidos, voltou a encarar o tempo.




#Footnote:
Enfim de férias!
Meros pensamentos são puro truques do desejo...



Comentários

  1. Acho que essas caracteristicas nao sao exclusivas do Adam. Sonhador...

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  2. noooooooooooossa! amei teu Lay. lindo d+.show d bola. as postagens tbm. se quiser dar uma passadinha no meu tbm.obrigada. bjinhus

    http://alinexiloca.blogspot.com

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  3. Olá moço q bom q deu o ar da graça no meu blog rsrsr
    muito feliz com sua visita viu.. férias é sempre bom seja em q época for por isso recomendo aproveite bem as suas rsrs...
    adorei o poste viu...
    agora se ele estava sonhando ou enlouqueceu só vc sabe rsrs
    mil bjtus volto sempre

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Bem-vind@ a Ótica Cotidiana!
Obrigado pela visita e leitura do texto.


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