Uma chuva de verão





Definitivamente nuvens encobrem. Definitivamente nuvens ocultam. Encontrar um feixe da luz do sol, à medida que tudo se mantém as escuras, se torna cada vez mais difícil. Mas uma nuvem não é eterna, assim como tudo costuma não ser. A nuvem que serviu para ocultar, em um lapso momentâneo se torna água. Essa água em forma de chuva leva e lava o que já passou. Uma grande tempestade pode ser só uma chuva forte, uma chuva de verão.
A nuvem que tanto impede de ver as coisas se chama coração. Essa mesma nuvem, que se torna chuva, chama-se sentimentos. Por vezes essa nuvem anda tão carregada, que ver qualquer coisa e agir racionalmente, é praticamente impossível. Esse volume dentro do peito aparenta ser uma tempestade, mas será mesmo que esse volume é uma tempestade?
Por um tempo, ou talvez naquele momento em que protagoniza as cenas mais fortes, o seu coração indica a tempestade. No entanto, essa tempestade pode não ser tão visível assim. As nuvens pesadas podem facilmente transformar-se em perfeitas vendas. São estas vendas que ocultaram por muito tempo os detalhes significativos.

Nenhuma estação, ou nenhuma tempestade/chuva pode durar para sempre. E, quando tudo muda, a transformação é visível. Àquelas nuvens já não servem mais para ocultar alguma coisa, àquelas nuvens já não podem manter-se carregadas. Chega uma hora em que é mais do que necessário por tudo para fora, ou, se você não tiver forças para tal, espere o tempo agir.
Uma nuvem de um começo de semana, certamente não se manterá até o final do ano, assim são os nossos sentimentos. Você não sente tudo por muito tempo, embora ache que seja eterno. Não há possibilidade de imediatismo, de querer uma solução rápida e certeira. Tudo no plano sentimental requer um tempo singular. Evidentemente, diferindo do nosso tempo usual. O tempo sentimental é capaz de nos enlouquecer. Mas saber esperar, quando se tem de esperar, é uma escolha sábia para não sofrer.
No começo as nuvens persistem, querem continuar ali mantendo você no alto. Voar é um vício e os freios são institivamente esquecidos, desprezados. Porém, se esse alto for ilusório, a queda certamente não será. Se há algo que precisamos exercitar é esperar por dias melhores. Mas não resta esperar, não resta também agir precipitadamente. O que vale é descobrir a intercessão entre os dois lados, do sofrimento e da ilusão versus a felicidade e paz. Ora usando algo de um, ora usando algo do outro. Pelo tempo necessário, manter-se ali até que tudo fique novamente confortável.
Tudo muda. No entanto, essa mudança não é tão simples como costuma parecer. Temos a sensação de que tudo é eterno, embora não acreditemos em certas coisas. Agimos em prol do imediato, porque esperar pode se tornar realmente um problema. Se hoje se sofre por algo, espere algum tempo até perceber que essa grande tempestade, não é tão grande assim, foi apenas uma chuva de verão.



Comentários

  1. Adorei isso. Conseguiu melhorar o meu dia, rs... Beijos e parabéns...
    Leninha

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Bem-vind@ a Ótica Cotidiana!
Obrigado pela visita e leitura do texto.


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