A busca pelo conforto
Em algum momento na vida, você já desejou entrar nas histórias dos contos infantis. O lugar dos finais felizes, do ar puro e dias sempre de sol. Lá as lágrimas servem para despertar o amor. O beijo sela os momentos marcantes, e o olhar congela o tempo. As esperanças estão sempre presentes e o mau sempre se dá mal.
Chega
uma hora em que percebe não haver contos infantis de príncipe e princesa dos
amores eternos, na realidade em que vive. Não existem tantos dias de sol forte
e nem sempre se tem finais felizes. Vem à nostalgia e a vontade de fazer parte
de um passado que nunca lhe pertenceu, o desejo de querer fazer de conta -- às
vezes é mais confortável do que encarar a verdade -- ou vice-versa.
Se
acomodar e observar às vezes são reações realmente apropriadas. Já que quando se
resolve lutar, desgastes são inerentes. O produto das batalhas nem sempre
compensa o esforço. Nem sempre um dos lados da história quer correr esse risco.
Não se constrói nada para ser vivido a dois com um.
E
quando se pensa demais em tudo? E quando se calcula todos os benefícios e perdas,
será que o resultado é realmente concreto e sólido? Será que ele realmente pode
ser previsível? Talvez sim, talvez não, depende da fórmula que você usou para
resolver esta equação. Depende da profundidade das relações e as suas
respectivas conexões.
E
sonhar? Sonhar é bom e não paga nada (ainda) e às vezes também é muito mais
cômodo deixar que ele não se torne realidade. As coisas costumam funcionar
perfeitamente nas nossas cabeças, desde o desenho que você quer por no papel,
até um relacionamento.
Idealizamos
e montamos cenários e atores perfeitos, mas quando essa cena vai ao ar, nunca é
da maneira que imaginamos -- quem sabe melhor, quem sabe pior. Às vezes é
cômodo sonhar porque é como dormir. Esquecemos problemas e de tudo, ficamos
mais leves, relaxados e anestesiados. Pronto para outra. Quem precisa de
problemas todos os dias?
O
que seria cômodo de fazer hoje? Fazer de conta? Arriscar? Ir atrás de algo? Você
quem sabe. Se acha que não, não se preocupe, a natureza humana lhe dará sinais.
Estamos em busca do conforto o tempo inteiro e para tal usamos muitos
artifícios, desde o fazer de conta, até a busca incansável. São todas vias a
seguir e construir.
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