As coisas que achamos que esquecemos
O
tempo passa e com ele vem à ilusão de que esquecemos algo que nos incomodou
durante muito tempo ou que, por conveniência acreditamos não incomodar mais.
É
uma lembrança que não sabemos quando começa, tampouco quando termina. Surgem literalmente
do nada, em situações rotineiras e banais. É quando, de repente e
instintivamente, pegamos algo no armário ou quando escutamos alguma música. Às
vezes só de ler uma frase em algum lugar, ou que saiu de alguém, nos lembramos
de algo. Algo despertará essa lembrança. Deja-Vus?
A
lembrança ao chegar pode vir acompanhada de um sorriso espontâneo, uma lágrima
despercebida, uma mudança de humor, uma viagem dentro dos próprios pensamentos.
Como também pode trazer sentimentos como nostalgia, felicidade, raiva, dor,
ciúmes e muitos outros. Pode-se aí reavivar um amor, ou o desejo de ver ou
conversar com alguém, que há muito ou pouco tempo não vemos, ou por algum
motivo perdemos o contato. Pode ser a saudade, mas o desejo de continuar
distante. Tudo funciona numa polissemia de significados e sensações.
Tudo
fica registrado. Desde um cheiro até um olhar. Temos uma capacidade imensurável
de guardar momentos. Por guardarmos tantos, costumamos crer que esquecemos
parte deles. Nesse conjunto há aquelas coisas que achamos que esquecemos, mas
que podem ser reavivadas com o mínimo.
Nossa
mente é como um armário. Costumamos por na frente e sempre visível, de fácil
acesso, o que usamos mais ou o que nos favorece nos nossos momentos mais
recentes. Contudo, como num arquivo, tudo permanece registrado e guardado.
Quando pensamos que o armário ficou cheio, ou que precisa de uma arrumação,
automaticamente entramos nesse processo de reorganização.
É
como encontrar uma foto, ou algum objeto que achávamos que tivéssemos perdido.
Quantas coisas vêm junto com elas, e custamos acreditar que realmente pensamos
ter esquecido. O resultado de tudo isso pode ser bom ou pode ser ruim, mas as
coisas que achamos que esquecemos nada mais são, do que àquilo que dificilmente
iremos esquecer.
# Footnotes:
Voltando ao começo, onde tudo era só o começo.
Em que eu não havia encontrado alguém e Você era só você...
Voltando ao começo, onde tudo era só o começo.
Em que eu não havia encontrado alguém e Você era só você...
pois é, lembrei de uma pessoa ...
ResponderExcluirOlá Olá. Palavras interessantes ainda mais quando ja nem me lembrava que as coias mais antigas ainda estão disponíveis em mim mesmo. Chega uma hora que só as coisas que mais faz parte da nossa vida fica visível, acho até que este pensamento e modo de viver é padrão da sociedade atual, num pode, ta errado, temos que ver um pouco o que ja passou, receordar e claro, não viver do passado. Gostei mesmo, me fez parar um pouco pra pensar.
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