E se fosse comigo?
O ciclo da vida é constituído de várias idas e vindas, nas quais
aprendemos, crescemos e protagonizamos situações um tanto desconfortáveis. Algumas
representam as nossas fraquezas e vontades, um exemplo prático de uma delas:
Fulaninha diz vários absurdos a Cicraninha. Humilha mesmo à coitada. Cicraninha
ouve tudo calada e acaba não fazendo nada no momento, e termina indo chorar nos
braços de Beltraninha. Beltraninha, por sua vez, afirma com o peito cheio de
orgulho e força ilusória: Ah se fosse
comigo EU teria feito isso e àquilo mais, não deixaria barato mesmo! Fulaninha
não é doida de fazer semelhante coisa comigo! E por aí vai.
É incrível como tudo alheio parece mais fácil do que algo tipicamente nosso
e conhecido. Quando a bola não está nos nossos pés, realmente parece sempre
mais fácil chutar e fazer o gol. Somos nutridos de um ego, no qual achamos que
sabemos de muita coisa. Acreditamos conhecer muito bem os nossos sentimentos e
as pessoas, porque vivemos alguns momentos íntimos.
Quando menos esperamos, temos uma resposta completamente oposta a nossa
expectativa. Com certeza nós já repetimos a frase da Beltraninha. E com certeza
também já fizemos à mesma coisa que a Cicraninha. Depois que tudo passa, nós
costumamos a ter em nossos pensamentos mais profundos e silenciosos o famoso Ah eu deveria ter feito isso. Não é arrependimento,
é algo comum. Comum porque a cabeça esfriou e a carga de sentimentos do
acontecido se atenuou, evidentemente há um raciocínio maior.
Como o tempo não volta, e ainda não inventaram uma borracha para apagar
certas cenas que nós costumamos protagonizar, nada mais resta do que esperar
que o tempo faça a sua parte. Para então enfrentar toda aquela nova situação.
Às vezes achamos que temos um
amigo, às vezes achamos que temos um amor. Achamos em alguns momentos que a natureza
humana é previsível, noutras o oposto. A imprevisibilidade é a força motor dos
acontecimentos. A única certeza incerta é de que a dúvida está presente em
todas as relações. A maneira que reagimos diante de certos fatos que aparecem
também é imprevisível.
E como será que agiríamos se fosse conosco? Ah com certeza pensaríamos
que agiríamos diferente. Somos de certa forma, criados para pensar Ah eu não ficaria por baixo de maneira
alguma, não sairei como uma formiga. É por osmose, é da natureza inerente do
ser humano se defender com palavras ou gestos, ainda que permaneçam na dimensão
simbólico-imaginária. Só que quando trocamos os papéis, nem sempre fazemos o
que nós achávamos que faríamos.
Assim é a natureza humana. Achamos isso, achamos àquilo e por fim
continuamos com a dúvida sempre. Afinal de contas, e se fosse comigo?
Rodrigo
ResponderExcluirEm: 10/04/2009 18:14:23
é vdd .. todo mundo passa por isso, eu msm acho mais facil defender os meus amigos do que defender a mim msm.
PS: HJ É MEU ANIVERSARIO ! kkkk [piada interna]
Em: 14/04/2009 15:14:54
ResponderExcluirCaraka mano, dos posts que eu li este é o 2° melhor em assunto e o 1° em tudo (texto, coesão etc...). Concordo com vc, axu que no meu caso descobri isso um pouco mais cedo e sempre que me pego chegando no lugar das personagens, me recuso a interpretar e tento fazer diferernte, penso "Eu estou aki, e se eu não estivesse, não faria" nem sempre funciona, mas notei que sou capaz sabe. Acho que todos somos. Andei sumido tbm, obrigado pela vista. Acho que vc tem um potencial enorme como blogueiro, deveria ser meu visinho no Blogspot cara. eu linkei vc no meu blog viu. abço!