Ironias do dia-a-dia: espaços vazios e conselhos
Às vezes um conselho ou uma ordem representa um
grande problema
Parece
irônico, para não dizer danoso, quando as pessoas diante de outras dizem -- quando
não gritam -- energicamente e com tanta certeza:
Faça isso!
Por que você não faz
isso ou àquilo lá?
Olha, eu acho melhor
assim...
Assim não, tem que ser
assim! Você não está vendo? É tão óbvio!
Do outro jeito é melhor...
Você não vai conseguir
deste seu jeito...
E
por aí vai.
Forma-se uma verdadeira enxurrada de sugestões e de ordens ao outro muitas vezes totalmente desconectadas ou indelicadas. Mas que, de um jeito ou de
outro, acabam perambulando na consciência do outro.
Mais irônico ainda quando essas mesmas
pessoas, que tanto julgam as outras, as procuram com objetivos específicos e em
momentos que lhes convém. Pouco se importando se o momento é apropriado ou não.
Isentam-se de uma possível culpa em interferir na potencial dor ou visão do
outro, para então fazer reinar as suas necessidades. Às vezes parece um jogo
nocivo com a consciência do outro. Emitem-se opiniões com superficialidade, sem
se importarem com as consequências.
Nada disso é justo.
Estão tão preocupadas em satisfazer as suas necessidades de atenção, que muitas
vezes não notam o quão estão distantes de si mesmo e dos outros. Mas mesmo
diante dessa superficialidade, se sentem no direito de agir.
Por
haver tantos espaços vazios, é comum que se sintam no direito de resolver tudo
da vida alheia, como se fosse tudo muito fácil. Só que acontece o seguinte:
elas ignoram as especificidades de cada um diante das infinitas faces do
cotidiano. Exigindo uma reação, com base em um imaginário, que nem elas mesmas
teriam. É uma questão delicada, porque acabamos agindo achando que estamos
fazendo o certo.
Tudo
acaba exigindo sensibilidade ao ponto de se por no lugar do outro. Mas será que
fazemos isso em nossos conselhos? E o tom usado para aconselhar? Ideal seria pensar
nesta questão. Às vezes uma questão pode ser resolvida simplesmente preenchendo
o espaço vazio que há em cada um de nós e em nossas relações com o outro e com
o mundo.
REFLEXÃO ANTERIOR:
Voltando
um tanto para a minha última frase do post passado: não queria que pudesse
voltar no tempo, tudo que se passa em nossas vidas serve para experimentarmos algo e
levarmos durante toda a nossa caminhada. Acredito em destino, mas também acredito em um sub-destino. Para mim o sub-destino
você muda todas as manhãs ao acordar e sair pra viver o seu dia, é uma vértice
da espontaneidade. Mas como nada é por acaso, temos o destino, àquele que muitas vezes não muda. Estou falando em destino, mas não pense que porque pode
existir um que você deve ficar aí em casa vendo televisão o dia inteiro achando
que o sucesso vai cair na sua casa, ou que o grande amor da sua vida vai aparecer
na sua porta. Você tem que acreditar em si e correr atrás dos seus objetivos.
Comentários
Postar um comentário
Bem-vind@ a Ótica Cotidiana!
Obrigado pela visita e leitura do texto.
Participe deixando a sua opinião, comentário ou questionamento sobre o texto.
NOTAS :
- Não serão tolerados qualquer mensagem contendo conteúdo ofensivo ou de spam.
- Os comentários são de plena responsabilidade dos seus autores, ainda que moderados pela administração do site.
- Os comentários não representam a opinião do autor ou do site.